Nos últimos anos o mercado digital viu uma explosão de ofertas de cursos, especialistas, gurus e tudo mais relacionado ao Empreendedorismo Digital. Muitos se perguntavam quando isso iria acabar.

É necessário compreender que existem dois mercados: um mais antigo, até então chamado de Marketing Digital e composto por diversos fundamentos de marketing, praticado em geral por empresas B2B* e B2C*, agências e profissionais de comunicação, publicidade e marketing. Era um mundo complexo, inacessível, cheio de Startups, Otimizações, Gráficos de Analytics e Taxas de Conversão, um mundo restrito a especialistas, que falavam em código somente entre entres.

Outro mercado é o conhecido como Internet Marketing, composto na maior parte por pessoas físicas, profissionais liberais e novos empreendedores em busca de seus 15 minutos de fama na internet. Esse mundo em geral começa com a promessa de “ganhar dinheiro na internet” e atrai toda sorte de pessoas, desde migrantes do multinível até empresários frustrados com as agências digitais e em busca de crescimento para os seus negócios. É um mundo democrático, que por isso incomoda quem antes achava que o detinha, por outro lado é terreno fértil para aproveitadores.

Os profissionais que lutaram a vida toda para explicar ao mundo o que era SEO (Search Engine Optimization), como funciona o leilão do AdWords, a importância das Mídias Sociais ou do relacionamento por email com os clientes e geração de Leads, se viram “trapaceados” pelos novos entrantes, que prometiam mundos e fundos, receitas prontas para seguir e ter sucesso e muitos dígitos de faturamento ao alcance de qualquer um.

Estava plantada a semente da discórdia!

Enquanto de um lado profissionais tentavam defender seu mercado, do outro surgiam especialistas do nada, com autoridade fabricada por depoimentos obscuros e cases inacreditáveis. O tempo foi passando, as promessas foram ficando mais intangíveis e a magia dos 6 dígitos foi ficando mais inalcançável.

Paralelamente, enquanto muitos erravam, alguns acertaram e daí nasceram exemplos reais de gente que conseguiu criar negócios digitais que não fossem o modelo clássico da Startup, mas que geram valor para o cliente que compra.

Muitas agências digitais nasceram nesse meio tempo, mixando técnicas coletadas em ambos os mundos e entendendo que era possível fazer mais do que fora ensinado até então. Hoje o que mais sobra no mercado é Empreendedor Digital com carteira assinada e Consultor de Marketing Digital que segue cartilha, ao invés de pensar.

São ambos parte de uma grande engrenagem que não conseguem compreender.

Para complicar ainda mais, o alcance orgânico evaporou e o sonho das Mídias Sociais se tornou pesadelo, obrigando todos a aprender sobre ROI (Return On Investiment) do dia pra noite. O que antes era de graça passou a custar cada vez mais dinheiro.

Com o país em crise, quem mais está se saindo bem são os Empreendedores Digitais, com seus custos baixos, flexibilidade de receita e modelos de negócio ágeis, mesmo que muitos deles não saibam o que cada uma dessas coisas signifique!

Agora que o tabuleiro está equilibrado, os novos empreendedores da internet estão tendo de aprender a jogar o velho jogo: multiplicar os canais de tráfego, escalar a conversão de Leads e otimizar a conversão em vendas, assim como os melhores profissionais da antiga já faziam.

Mais ainda: estão aprendendo que valorizar o cliente entregando um bom produto é o que garantirá que o negócio possa durar mais tempo, tornando a estratégia da empresa atuante em um Oceano Azul onde a Concorrência se torna Irrelevante!

Esse dinamismo é o que mais fascina na internet! A regra do jogo pode mudar de uma hora pra outra, sem aviso prévio, e quem não se adaptar, irá sucumbir ou se lamentar: “Ai que bom seria que fosse…”

Criticar sem compreender não levará ao amadurecimento do mercado. Há forças tão grandes que não podem ser detidas, fazem parte da natureza humana. O melhor marketing digital ainda é composto de capacidade de observação, síntese e empatia.

Quem julga não compreende, e quem compreende, não julga!

Henrique Morbi é publicitário graduado em Publicidade e Propaganda pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e especialista em Gestão de Negócios pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing. Atua como Diretor de Atendimento e Novos Negócios na iD. Publicidade & Tecnologia, como Presidente de Imagem Pública do Rotary Vila Alpina e como Conselheiro de Marketing do CIESP Distrital Leste.



B2B – Business To Business:
(Negócios para outros negócios, ou seja, prestações de serviços de uma empresa para outra empresa);
B2C – Business To Customers: (Negócios para clientes, ou seja, prestações de serviços de uma empresa para consumidores finais).