Estamos vivendo em uma era em que a tecnologia e a sociedade estão evoluindo mais rápido do que as empresas podem naturalmente se adaptar. Mas de que forma essa nova realidade impacta no nosso dia-a-dia?

Qual é a marca do seu computador? Um profissional nascido em meados dos anos 1950, pertencente a geração baby bommer, vai responder qual a marca do seu notebook, pois é o que ele reconhece como sendo o seu computador.

Já um jovem executivo da geração Y – Conhecida também pelo nome de Geração do Milênio, Geração Internet ou Digital, a Geração Y é constituída por pessoas que nasceram entre 1980 e 1990, tendo a geração Z como sucessora – é bem provável que interprete a pergunta de outra forma e forneça a resposta a marca do seu smartphone ou tablet, já que ambos devices tem a mesma função que o tradicional laptop de deixou de ser uma plataforma mobile e se tornou um terminal desktop a muito tempo.

Dificilmente levamos nossos notebooks dentro da mochila para determinados compromissos, mantendo-os encima de nossas mesas, pois os celulares se tornaram essa extensão que precisamos, deixando de ser um simples aparelho que faz e recebe ligações, para um computador de mão (palmtop) com acesso a internet sempre que desejarmos.

Essa diferença na resposta reflete a curva do desenvolvimento tecnológico vivenciado pelo mundo no último século. Em 1970, o baby bommer era jovem e os computadores eram equipamentos extremamente caros e de difícil acesso. Normalmente era aplicados a cálculos complexos e repetitivos (folhas de pagamento, contabilidade, controle de estoque, entre outras funções). Essas máquinas eram operadas por analistas de sistemas, profissionais de processamentos de dados que trabalhavam no setor de informática das empresas, os famosos CPD.

Essa realidade está longe de ser a mesma presente na vida desse profissional, que um dia pediu um Gameboy de presente quando era criança e enxerga o computador como tendo múltiplas funções em nossas vidas.

Esses dois protagonistas vivenciam o benefício da evolução tecnológica, que inicialmente processava dados e, atualmente analisa e compartilha informações em tempo real e de forma global a partir do device de cada indivíduo conectado a internet 24h por dia e 7 dias por semana.

Acredito que o termo internet deverá desaparecer nos próximos anos, quando a mesma se tornar o único meio integrado de comunicações, não havendo mais distinções entre o online e o offline. Minha sobrinha que pertence a geração Google não soube me responder quando questionei se ela estava conectada na internet assistindo determinado filme. Com um semblante de dúvida elevado ao level máximo, ela me respondeu o que era internet e que havia apenas ligado o celular e clicado no ícone do YouTube. Isso se deu ao fato de que a minha sobrinha já nasceu como individuo conectado e pertence a Internet das Coisas (IoT) não sabendo mais diferenciar esse tipo de situação surgindo um novo perfil de comportamento de usuários.

A evolução dos processadores e, conseqüentemente, dos devices, viabilizou o surgimento das startups e criação de aplicativos que geram mudanças no nosso cotidiano e hoje são conduzidos pelo uso sistemático de diversos aplicativos, videogames, impressões em 3D, planilhas inteligentes e até mesmo previsões mais precisas do clima.

Como os devices atuais se comunicam com um número ilimitado de dispositivos diretamente conectados na internet, as tecnologias estão evoluindo cada vez mais para uma integração completa entre os smartphones, pulseiras fitness, veículos e eletrodomésticos que operam sozinhos através de inteligência artificial, assim como sistema residenciais de segurança, entre outros diversos dispositivos. Tudo isso pertence a Internet das Coisas (IoT).

A competitividade entre os fabricantes de processadores, como a Intel e a AMD, é uma das forças motrizes da rápida evolução tecnológica que vivenciamos

A grande verdade é que essas fábricas precisam lançar novos produtos regularmente para alimentar o ciclo de upgrades e manter assim suas respectivas vendas em alta, trazendo com isso a necessidade real de todos os indivíduos se adaptarem a esse modelo de negócios.

Aliás, alguns analistas de mercado avaliam que toda essa mudança de cenário tecnológico se trata mais de um Plano de Negócio muito bem executado do que de fato uma profecia da Indústria 4.0.

Por isso, agora temos a oportunidade de vivenciar um momento espetacular da história, no qual a maioria das inovações são disruptivas. A Apple é um excelente exemplo de inovações disruptivas, pois todos seus produtos satisfazem necessidades anteriormente desconhecida. Quando elas surgiram, surpreenderam todas as pessoas que não sabia que isso era possível.

Com as inovações surgem palavras para representá-las. Logo, podemos avaliar a velocidade dessa revolução industrial por meio do surgimento de novos termos:

Google, Facebook, LinkedIn, WhatsApp, Uber, 99Taxis, Airbnb, Peixe Urbano, Pulseiras Eletrônicas, Bitcoin, é o conjunto de tecnologias e softwares que fazem parte do contexto da Internet das Coisas (IoT) e são aplicativos que surgiram em nossas vidas sem qualquer sinalização ou aviso prévio e simplesmente transformaram o nosso cotidiano e comportamento pessoal e profissional.

Gestão da era da Quarta Revolução Industrial

Independente do setor econômico, a única certeza que temos é a de que a nossa mentalidade (mindset), da gestão da era da Quarta Revolução Industrial, juntamente com os conceitos que a geraram, será uma pedra enorme no caminho de diversas industrias que necessita explorar ao máximo esse potencial como o uso da Tecnologia da Informação e Comunicação como diferencial competitivo.

A melhor forma de convivermos com essas mudanças é entendermos que, diante dos novos desafios, os procedimentos operacionais padrões que aprendemos são pouco ou nada eficientes.

Neste caso, um bom rumo a ser trilhado para a sustentabilidade do negócio é criarmos esses diferenciais competitivos com o uso da TIC, pois no universo das inovações não há certo ou errado, pois tudo ainda está por ser criado.

Se de repente você já errou, significa que o certo já era conhecido e isso não é inovação. Os resultados podem ser diferentes dos esperados, mas sempre geram novos conhecimentos.

Agora, é importante saber gerenciar as angústias, lembrar que os riscos também podem ser positivos e não esquecer de que, a gestão da ignorância é mais importante do que a gestão do conhecimento e, também vale lembrar que uma das principais dificuldades de implementar a TIC é ela fazer parte da solução e ao mesmo tempo do problema.

Estamos vivenciando o Darwinismo Digital: Adaptar ou Morrer!

Estamos numa era em que a tecnologia e a sociedade estão evoluindo mais rápido do que as empresas podem naturalmente se adaptar. Isso prepara o terreno para uma nova liderança, uma nova geração de modelos de negócios, trazendo consigo o mantra “Adaptar ou Morrer!”. Assim, vivenciamos o Darwinismo Digital.

Nesse cenário é evidente que as mudanças são inexoráveis e, portanto, devem ser bem-vindas. A melhor orientação para o momento é aceitar que não é o mais forte quem sobrevive, nem o mais inteligente, mas quem se adaptar as mudanças que vieram pra ficar, como costumava dizer Charles Darwin.



Henrique Morbi
é publicitário graduado em Publicidade e Propaganda pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e especialista em Gestão de Negócios pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing. Atua como Diretor de Atendimento na agência iD. 360/biz, como Presidente de Imagem Pública do Rotary Club São Paulo Vila Alpina e como Facilitador de Inovação e Palestrante do CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.